A NATUREZA E O SER
A natureza e o Ser
Venho refletindo sobre estar consciente daquilo que Sou.
Difícil obter um controle sem saber o que preciso controlar.
Vejo que é um passo a passo, que se inicia com a inquietação de querer ir além
daquilo que se enxerga ao redor, do que se vive. Quem sou eu? O que sou eu?
Opero no plano físico, através do meu corpo, dos meus sentidos, das minhas
percepções. Observador que interage com o mundo, age e reage de acordo com a
interpretação, muitas vezes falha, daquilo que ele vive.
A maneira como tudo é percebido gera as reações, e as
próximas reações afetam as próprias percepções.
Como sair dessa roda invisível, mas tão presente?
A auto-observação traz um olhar atento para que as coisas
possam começar a sair do automatismo, da mecanicidade. Agimos, vivemos,
sobrevivemos, porém de uma forma instintiva. Mesmo os atos que parecem ser
escolhidos, muitas vezes são fruto da corrente que nos arrasta.
Observar atentamente nos traz o autoconhecimento. Conhecer a
si mesmo. É a chave para entender um pouco melhor o que fazemos e porque
fazemos. Ao obter esse conhecimento sobre nós mesmos, somos capazes de começar
a pensar em “nos governarmos”. Mas ainda assim, é mais um passo dentro dessa
Jornada.
Penso que seja preciso perceber que somos muito mais do que
esse corpo, do que nossos desejos e anseios. Podemos ir muito além do que
simplesmente acordar e dormir presos ao eixo da roda que está sempre em
movimento.
Somos nós mesmos quem estamos atuando, e dirigindo a peça.
Perceber que o observador é o próprio observado. Uma coisa
única.
Aquilo que buscamos fora está dentro, e está em lugar
nenhum, pois não existe dentro, não existe fora.
São passos importantes desde o momento em que se abrem os
olhos para essas novas realidades, tão velhas conhecidas, mas esquecidas, na
ilusão da separatividade.
Auto-observação. Adquirir consciência. Ser autoconsciente.
Se conhecer. Ver nossa Verdade. Perceber nosso Poder. Arranhar a superfície de
nossa Divindade. Equilibrar. União. Ser.
Penso que ao perceber muitas dessas coisas, iniciamos um
trabalho em nosso microcosmo. Para que essa União ocorra e dela nasça a pedra
filosofal.
Um trabalho alquímico que se inicia bem lentamente, e vai
fluindo em suas etapas.
O alquimista trabalha a matéria bruta, mas consciente daquilo que pode extrair dela, consciente de sua verdadeira natureza material e Divina.
A extração daquilo que está como parte dela, mas não É ela.
A partir do momento em que se conhece aquilo com o que se
trabalha, é mais fácil obter um controle para direcionar, para fazer com que as
coisas tomem a direção que queremos, não baseadas em desejos egóicos, mas
sim guiadas pela Vontade.
É muito mais fácil, “cientificamente falando” saber com o
que se trabalha, pois dessa forma é possível a aplicação das fórmulas corretas
para que a transmutação ocorra.
Então, novamente refletindo, observar, perceber tudo aquilo que fazemos. Quem faz? A personalidade, o eu, o ego. Quem está atuando, o eu do momento, a roupagem que utilizo, minha persona. Mas quem de fato está por traz disso tudo? Quem fala ao meu coração? Quem dirige e quem É?
Ainda há a ilusão do “aqui e lá”. Ainda sinto que é
intangível nesse momento uma percepção maior, porém, como areia que escapa
entre os dedos, sinto brevemente, como tocar um véu fino que se movimenta com a
brisa suave, e por trás dele, lampejos daquilo que é Verdadeiro.
Novamente, o alquimista trabalha a pedra bruta. A matéria-prima que é ele próprio. E ele busca primeiro conhecer, entender. Ele experiencia, vivencia, tenta, aprende, acerta, erra, e com isso vai buscando conhecer a natureza do seu ser. Vive as dificuldades e as vitórias sem nunca perder de vista seu objetivo.
Ele trabalha em seu laboratório dia e noite, mantendo a
chama acessa, observando pouco a pouco a transformação dos elementos. Ele
procura o equilíbrio entre eles. Conforme vai conseguindo, a transmutação vai ocorrendo.
Para isso precisa sempre conhecer com o que lida. Manter os olhos bem atentos
para qualquer indício de mudança, para qualquer “cor” diferente que sua pedra
manifeste, qualquer alteração.
Ele é o próprio material, ele é o resultado. Ele é o atuante
e o objeto da atuação.
Quando olha no espelho, observa quem observa. Através desses olhares espelhados vê o Universo, e tem lampejos de sua própria Divindade, que ainda se oculta por trás da natureza que ele acredita ter e ser.
Me sinto assim, estendendo a mão, num quase tocar, numa
quase percepção que se esvai, brincalhona entre esses véus tão sutis. Percebo o
trabalho infinito, dentro do ciclo da eternidade, desenhado em Ouroboros,
representando esse fluir.
Acredito que as etapas são muitas, mas como diz Lao-Tsé: “ Uma longa jornada começa com o primeiro passo.
Soror Ὑπατία
93! Meus parabéns! Exprimiu em letras o que vivencio a ums tempos, obter um dominio sos poderes inerentes ao seu ser é uma viagem interna que te modificará. Que o sol continue brilhamdo para você! Auch für mich! 93! 93,93/93!
ResponderExcluirMuito bom!
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