O ANDARILHO

 


O ANDARILHO



- Eu odeio meu instrutor!
Por que?
Ele diz tantas coisas, gosta de mostrar que sabe de tudo, está sempre tentando me corrigir, mas eu sei, eu sei que eu estou certo nas palavras que gritam na minha cabeça, ah! Eu estou certo! Meu conhecimento é grande, eu não preciso de instrução, mas porque procurei se não preciso?: Sim! Eu vou embora! Vou embora para não mais voltar!

E então, do alto de sua cabeça, eis uma voz:
Não é vós que busca, sou eu que o quero!
Não percebes que eu o guiei até aqui?
Sabedoria e entendimento são reais… Não percebes tu que conhecimento é ilusão?
Permaneça em tua barca guiado pelos ventos… mas para onde vais tu?

- Eu não sei mas preciso IR.

Então vá pequena criança! Siga em frente sempre reto, e logo acharás o fito!
Ah como ela caminhou, ela deu muitos passos para frente, mas no meio da estrada ouviu sons animados, ela olhou para sua esquerda e viu uma casa de palha, ela entrou, havia uma festa, vários homens e mulheres vestidos de preto e vermelho, fumaça branca subindo, muita comida, muita bebida, muita coisa divertida, ah! A criança brincou e dançou, um desconhecido veio e perguntou:

- De onde vens?
- Eu venho de lá!
- E o que busca?
- Eu não sei!
- Para onde vais?
- Não sei, eu deveria caminhar.
- E porque não vais?
- Não quero, a festa está divertida!
- Mas a festa vai acabar, então como vais ficar?
- Eu vou embora novamente!

Ora, o Jovem então lembrou que deveria estar na estrada, deixou a festa e andou mais algumas milhas, olhou para sua direita e viu uma festa, todos de branco, muita comida, muita bebida, muita diversão.
Ela comeu, bebeu, esqueceu. Eis que surge um louco, ele pergunta:

- De onde vens?
- Eu venho de lá!
- E o que busca?
- Eu não sei!
- Para onde vais?
- Não sei, eu deveria caminhar.
- E porque não vais?
- Não quero, a festa está divertida!
- Mas a festa vai acabar, então como vais ficar?
- Eu vou embora novamente!

Então um estranho apareceu e disse: Siga em frente!

Ah, o adulto estava cansado de andar, envelheceu de tanto dançar e beber, até que decidiu caminhar, ficou curioso para ver onde a estrada acabava, e alguns metros antes do final dela, havia um estranho, era a mesma voz, ele diz:
- Siga sempre reto.

O Velho então ouviu o estranho, seguiu em frente e Nada encontrou.
Ele gritou:
- MAS QUE DIABOS!  Eu devia ter caminhado reto mais cedo...

Mas de quem era aquela voz que me guiou aqui no início?
Ah, isso você vai ter que descobrir, um dia ele dirá seu nome, mas até lá, ouça o estranho…
Ah como eu odeio…

 



Pan 156



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