LUZ EM EXTENSÃO
Sou a superfície do mar na escuridão da noite,
Calma e misteriosa,
Onde não se vê a profundidade
E nem o que nela há.
Não há estrelas,
E sim um véu escuro que encobre o corpo de Nuit.
Aos poucos sinto uma brisa
que chega sutilmente a emaranhar minha apatia.
Surge um clarão no céu
Acompanhado por raios que me tocam a estremecer.
Me desperto!
A luz é tamanha que hipnotiza e paralisa;
Sou tão pequenina perante ela.
Sinto medo
E ele me impulsiona a encarar a ilusão
Da escuridão que me protege daquela luz
Que não me sinto capaz de suportar.
A noite chuvosa cede lugar ao dia
Que chega de mansinho trazendo
O alento da vida, o sol.
Agora estou sob seus raios
Que clareiam minha superfície
Expondo parte de mim.
Que alegria!
Me regozijo refletindo seu brilho!
Me sinto em plenitude
Ao reconhecer minha contraparte.
A escuridão então se esconde em minhas profundezas
Fazendo realçar minha face iluminada.
Beleza imensurável!
Estava tão acostumada àquela escuridão que
Me abraçava e acalentava,
Que me senti tola ao perceber que ela
É a base estruturadora da luz.
O que seria de uma sem a outra?
O que seria de mim sem ambas?
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