Osíris é um Deus Negro?




OSÍRIS é um Deus Negro e os AEONS no Trabalho Magicko

Este assunto de Osíris ser chamado de um Deus Negro, foi o grande desafio que Euclydes enfrentou perante Motta. Estou selecionando alguns textos do Euclydes, para deixar que ele mostre a visão dele, que é a que adotei.

Mas, gostaria de inicialmente falar das fórmulas. O grande problema que os Aspirantes a Thelema enfrentam hoje, é uma certa falta de entendimento da importância das fórmulas dos Aeons anteriores, como parte de uma única fórmula. Fica difícil para um Aspirante hoje, concluir seu processo iniciático, sem compreender plenamente a Fórmula de Osíris e de Isis.

Por exemplo: quando estamos trilhando a primeira Ordem, a GD, nossa função é transformar o Ego em aliado, pois ele é perecível e, sabendo que sua existência é finita, tentará sobreviver, emulando a visão de que é eterno. A vida do ego, é em essência, a união com o Eu. Não há outro Caminho. Ou ele alcança isso nessa vida ou outro ego tentará na próxima. Este processo, que entre os Thelemitas é chamado de Visão e Conversação do Sagrado Anjo Guardião (que alguns complicam demasiadamente com a pergunta se é um processo externo ou interno, ao invés de deixar a busca e a vivência responder). Notem, meus queridos irmãos, que este objetivo era o mesmo no Aeon de Osíris e de Isis, somente as fórmulas mudaram. O que Motta esclareceu o Euclydes e este a muitos, embora muitos não obtenham ouvido, é que para que a formula seja completamente vivida, precisa ser vivenciada integralmente: PEÇO A MEUS IRMÃOS QUE OLHEM PARA A ÁRVORE DA VIDA DE ASSIAH, E PERCEBAM UMA COISA: A G.D, SE CENTRA EM YESOD. A R.R. et A.C, SE CENTRA EM TIPHARET E A S.S SE CENTRARÁ EM DAATH. PERGUNTA: A EXPERIÊNCIA CENTRAL DE TIPHARETH NÃO É O SACRIFÍCIO DO FILHO?

Em Liber 65 Capítulo I está escrito:

2. Adonai falou para V.V.V.V.V., dizendo: Deve sempre haver divisão na palavra.
3. Pois as cores são muitas, mas a luz é só uma.
4. Portanto tu escreveste aquilo que é da mãe de esmeralda, e de lápis-lazúli, e de turquesa, e de alexandrita.
5. Outro escreveu as palavras de topázio, de ametista profunda, e de safira cinza, e de safira profunda com uma cor como sangue.
6. Portanto vos atormentais a si mesmos por causa disso.
7. Não estejais satisfeitos com a imagem.
8. Eu que sou a Imagem de uma Imagem digo isto.
9. Não debateis a respeito da imagem, dizendo Além! Além! Um subiu até a Coroa pela lua e pelo Sol, e pela flecha, e pela Fundação, e pelo lar escuro das estrelas da terra negra.
10. De outro modo vós não poderíeis alcançar o Ponto Suave.

No Passado, nos Aeons anteriores o erro era confundir a fórmula, que sempre se repete, pois ela é uma "equação", isto é sempre tem dois lados. Mas, de maneira Magistral, Mestre Therion, nos mostra no texto acima, que a realização no Plano físico da Visão do SAG, está ligado ao despertar de uma energia que, no Plano de Discos é a união do Objeto e Objetivo (Kundalini), Shiva/Shakti, etc., mas, até essa consecução, há a "imagem" que é a meta do Aspirante. Ele deve atentar para imagem como dito anteriormente, é uma sucessão de imagens que se reflete nas três Ordens, cuja iniciação é única, vista de três aspectos.

A GD (primeira ordem da A.A), tem em sua essência a Iniciação Isíaca. Os Graus são elementais, o centro é a Lua. O feminino é proeminente (Netzah regida por Vênus, diante do véu de Parrokhet, cujo Caminho é a Carta 13)

A R.R.A.C (2a ordem da A.A) tem em sua essência a Iniciação Osiriana. Há o "Sacrifício" do Ego para que o Ser Verdadeiro possa se manifestar. É o SOL (Apolo), o masculino.

Tem-se então a superação do Sol e da Luz pelo Sol Oculto de Saturno em Daath, cuja essência é a Gnosis (Daath é Conhecimento, que corresponde a Gnosis em Grego). Essa é a iniciação final, onde os parâmetros construídos são entregues em sua entrega ao jogar-se no Abismo. Em Liber VII, há a entrega do próprio SAG. Outro Sacrifício.

Destes processos, já que se falou em Osíris, podemos olhar agora para o Gólgota: Temos lá Jesus Cristo, na Cruz ao centro, cercado por dois ladrões. Um deles, olha para Jesus e diz: "Se és o filho de Deus, salva-te a ti próprio". O Outro diz: "lembra-te de mim quando entrares em teu paraíso". Esta, a despeito da cena cristística, é uma poderosa alegoria Gnóstica, que mostra dois tipos de ego: aquele que se autocentra, faltando-lhe a compreensão e outro que, tendo se arrependido e apelado para entendimento, busca um auxílio para perpetuar-se. E Jesus diz a este: Em verdade, em verdade vos digo, estarás comigo no paraíso. Jesus é o Eu Maior, (o Sol), o bom ladrão (o Ego - A Lua) que morrerá como Jesus, inegavelmente. Mas o ato de ir com Jesus para o Paraíso é uma união entre o ego (Luz) e Eu (Sol), onde todos podem dizer: Eu e meu Pai somos UM. Alguém tem dúvida que estamos falando em uma linguagem do antigo aeon, a mesma coisa|, buscada de outra forma hoje, quando olhamos o processo de maneira diferente, com outra fórmula? Motta disse a Euclydes: "Traga-me uma caixa preenchida com 365 seixos (pedrinhas de brita) e te darei concederei a você o grau de Neófito”. "Perguntou Euclydes, por que preencher uma caixa com seixos me faz Neófito?". Concluiu Motta "porque cada um tem um método de alcançar sua própria consecução, esta é a fórmula do Aeon de Hórus... só quero ensiná-lo a persistir em alguma coisa, antes de tentar alcançar sua própria fórmula". (São as histórias que o Euclydes contava para os membros da Loja Therion, quando o visitávamos em Paraíba do Sul - não foi instrução pessoal dele para ninguém). Euclydes demorou cinco anos para encher uma simples caixa com 365 seixos. Mas, quando completou e em 1973 quando ele foi elevado a Neófito, pode notar o quanto lhe valera aquela instrução, com o tempo, rendeu seus frutos, pois poucos anos depois foi escrito Meu Verdadeiro Nome e Deusa Negra, que considero os melhores testemunhos da Caminhada do Euclydes.

Em resumo. Conhecer os métodos do passado (dos Aeons anteriores), nos ajuda a entender e referenciar o aeon atual.

Entender os aeons anteriores, permite que, com base nos parâmetros que nos são oferecidos (o treinamento na Santa Ordem), possamos delinear os nossos próprios métodos (Note que no Juramento do Probacionista, está que ele deve "conhecer a verdadeira natureza de seu próprio ser". Nas tarefas é sugerido que ele delineie suas próprias práticas. Podemos deduzir, que se ele plantará bananeira e der dez pulinho por dia e conseguir chegar a essa resposta, esse é o método válido. Ele pode fazer RPM duas vezes por dia, Liber Samekh, Ritual da RC ou mesmo Liber Tirshab, o importante é que ele entenda que sua prática deve levá-lo aquela resposta. O que vemos na prática é que poucos conseguem delinear, sozinhos, quais as práticas que lhe levarão àquela resposta. E ele então, pratica qualquer coisa, não para alcançar aquela resposta, mas para reforçar a crença em seu ego, desenvolvendo o que é chamado materialismo espiritual, isto é, ele não está interessado em educar o ego, está interessado em sensações e aparentes estados espirituais que reforcem sua egoidade. No Aeon de Osíris, para se combater isso, havia os Mistérios Menores, equivalentes a nossa GD. A finalidade é a mesma, só os métodos variam, pois no Aeon de Osíris e o de Isis (quem quiser entender o método Isíaco de maneira detalhada, recomento a Leitura do Romance de Isha Schvaller de Lubicz, HerBak and the Egyptian Initiation...)

Como então, existem ditos thelemitas que vivem fazendo "apo pantos kakodaimonos" quando passam em porta de igreja... não seria melhor ignora-los e concentrar-se em suas vidas? Eles nem vivem a fórmula que lhes foi legada, preferindo deturpa-la e oprimirem o ego, ao invés disso, educá-lo e prepará-lo para a entrega, como afirma Liber Tzaddi Vel, Hamus Hermeticum.

Queridos |irmãos Aspirantes. Tenham orgulho de nossa herança. Tenham orgulho de nossa fórmula. Tenham orgulho do tempo em que vivem, pois todos têm a oportunidade de ver o todo, pois por isso, É DITO EM LIBER AL QUE OS PROFETAS DO PASSADO ATACAVAM A PRIMEIRA PARTE DA FÓRMULA E DEIXAVAM A SEGUNDA INTACTA. Não cometam este mesmo erro. Osíris é um deus negro. 93




QVIF 196 




Comentários

  1. 93!
    Muito esclarecedor esse texto. É como um tapa na minha cara por negligenciar minha tarefa... aquela que realmente deveria ser a minha, e não a de algum outro. As palavras de Motta soam como um oráculo.
    93,93/93.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Estudos Diminutos sobre o Liber 44 ou a Missa da Fênix.

O Aeon da Criança Coroada e da Mulher Empoderada