10 considerações sobre Malkuth
Olá queridos Irmãos, irmãs, amigos e amigas, 93.
Há alguns dias um correspondente, tendo lido um artigo meu, me perguntou: QVIF você dissemina que o homem comum não vive em Malkhut, mas em Qliphot, porém em Kaballah, seja nos ramos que pesquisei, isso é falado. Por que você, então, continua afirmando que o homem comum vive em Qliphot? Boa pergunta, não?
Mas, vamos lá. O meu correspondente fala de "escolas de Kaballah" e nisso ele tem razão. Nem todas as escolas de Kaballah admitem que estejamos no mundo de Qliphot, tomando uma abordagem mais amena, considerando o Mundo Qliphotico um mundo "demoníaco", com o qual é melhor o homem não ter contato ou melhor, evitar. Via de regra, este mundo "espelhado", também chamado de Mundo as Conchas, é a essência, por exemplo, do conteúdo de Liber 231, sobre o qual Marcelo Motta realizou uma pesquisa em 1969, que alguns atribuem como resultado desta pesquisa ao início da paranóia do citado Motta. Mas, foi exatamente o Motta, que tomou esse ponto de vista, isto é, que, essencialmente, o homem comum vive no mundo Qliphotico, um mundo de forças desordenadas, inteiramente comandado pelo "egos" encarnados. Esses são os verdadeiros demônios das Qliphots. Para entendermos o que Motta quis dizer, vamos fazer algumas analogias e apresentar alguns argumentos:
2 - Como um barco no oceano, ele vive ao sabor das ondas: um dia está calmo, outro dia está agitado e noutro dia tormentoso; logo tudo volta a calma. Mais uma vez ele se adapta.
4 - Desta forma, Qliphot fala de nossas limitações e na prática mostra a consciência e alguém unicamente preocupado com as necessidades de autopreservação, alimento, egoísmos, sexo eventual, dormir e lutar por uma posição. nada que qualquer animal irracional não faça.
5 - Alguns contestam: mas se aliado a tudo isso há a poesia, a arte, a música, um animal irracional não faz isso. Sim, é verdade. Mas, mesmo pensante e fazendo algumas coisas fantásticas (animais adestrados demonstram isso), o que importa é a consciência e a consciência aqui falada é a de estar em um mundo desordenado, flagrantemente constrangedor e adaptar-se a isso sem contestar. Quo Vadis? (Para onde vais?). Motta exemplificou para Euclydes que Qliphot pode ser comparado a uma sala escura. Sem enxergar batemos nos obstáculos e com o tempo nos acostumamos.
MAS CONTINUAMOS CEGOS.
6 - Cabe ao Probacionista da A.'. A.'., reconhecer sua condição de habitante do mundo das Qliphots e esforçar-se para sair desta situação - por isso sua tarefa inicial é "descobrir a verdadeira natureza dos poderes do próprio ser" e isto é não só uma "aspiração", como uma "percepção".
7 - Na Golden Dawn temos uma dica: o Neófito (equivalente ao Grau de Probacionista da A. A. ) no ritual é convocado a sair das trevas e ir para a Luz. Se ele está em Malkhut, isso seria inviável, pois Malkhut é reflexo de Kether, emanação da Luz Infinita. Crowley em Magick parte 3, no diagrama da árvore da vida nos dá outra dica: antes de Malkhut a uma linha, com o nome "Portae" (Porta). ora, se existe uma porta para Malkhut e o Probacionista ainda não deu o passo inicial dos trabalhos na Árvore da Vida que começa em Makhut, onde ele está????? Pensem...
8 - Se Qliphot pode ser comparado a uma sala escura, Malkhut é uma sala iluminada. Os obstáculos estão lá ainda, terão que ser ultrapassados, mas a percepção deles faz com que possamos escolher a melhor maneira para isso em vez de sermos obrigados a nos submeter a uma adaptação por falta de opção.
9 - Malkhut é o mundo em que nos apercebemos do que está à nossa volta. As mínimas coisas. Estamos diante não de forças desordenadas, mas dos quatro Elementos. Temos opção. Se uma pessoa chega a Neófito da A. A. e não percebe que tem opções, nominalmente está Neófito, mas na verdade continua Probacionista, vitimado por circunstâncias que não controla.
10 - De fato, o que estamos falando aqui é: o ego sob qliphoth tenta se adaptar ao seu próprio descontrole. O ego em Malkhut, tenta adquirir o controle e optar, por isso ele se torna um Senhor de Asana, pois não é o controle do externo que é a via, mas do interno. Lembram: o demônio é o ego e ele se manifesta pelo corpo. Não se engane ó Neófito. Pois serás testado em sua ousadia: Essa é a famosa Ordália de Nephesh.
Forte abraço 93.93/93
Q.V.I.F 196
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